As Broncas de 2017

As polémicas que marcaram o ano
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Chase Carey, Vladimir Putin e Bernie Ecclestone
Chase Carey, Vladimir Putin e Bernie Ecclestone

Como em tudo na vida, o mundo do desporto motorizado tem os seus altos e baixos. Lutas de egos, projetos falhados e mudanças drásticas são alguns dos problemas que marcaram a temporada 2017 de várias modalidades. Aqui fica a nossa seleção.

Despedimento de Ecclestone

Novo ano, nova era na Fórmula 1 com o fim da era Bernie Ecclestone na modalidade. O despedimento do líder de longa data e a entrada de um novo protagonista: o grupo Liberty Media fez correr muita tinta e ainda dá muito que falar, ultimamente com as recentes decisões tomadas pelo novo proprietário da modalidade.

Era esperado que Ecclestone ficasse como presidente-executivo da F1 durante três anos nos planos anunciados pela Liberty quando o grupo comprou uma parcela de 18,5 por cento da Fórmula 1 em 2016, mas o reinado de 40 anos do britânico terminou aos 86 anos de idade no início do ano. Ecclestone, em vez disso, foi nomeado presidente emérito da F1, com Chase Carey, o magnata da 21st Century Fox, sucedendo-o como diretor executivo.

 

Vitória retirada a Paulo Gonçalves

Embora seja o piloto português com mais sucesso no Dakar, a verdade é que a prova rainha do todo-o-terreno nunca correu tranquilamente para Paulo Gonçalves. Em 2017, o piloto de Esposende viu ser-lhe retirada a vitória na categoria de motos da 11.ª etapa, a qual foi atribuída ao seu companheiro de equipa espanhol Juan Barreda.

Gonçalves tinha vencido a etapa com um total de 3:18.47 horas nos 288 quilómetros cronometrados da etapa, menos 1.09 minutos do que Barreda, que tinha sido segundo. No entanto, a organização da prova decidiu reduzir 2.59 minutos ao tempo final do espanhol, por considerar que este foi induzido em erro pelos espetadores, o que fez com que passasse o piloto português no final da tirada.

 

O divórcio Mclaren-Honda na F1

Cansada de ser motivo de chacota na Fórmula 1, a McLaren decidiu colocar um ponto final na relação de três anos com a Honda, marca fornecedora de motores. A série de maus resultados que colocaram em xeque a credibilidade da equipa e dos pilotos. Fernando Alonso foi quem mais sofreu [ver quadro] e tornou-se no verdadeiro ‘meme’ da F1.

Ambas as partes concordaram em terminar a relação e a McLaren passará a adotar os motores Renault em 2018, enquanto a Honda avança para a Toro Rosso.

 

A penalização de Verstappen no GP EUA

Foi o Grande Prémio mais badalado da temporada e aquele que instalou a polémica na F1. Numa corrida ganha pelo ‘suspeito do costume’ Lewis Hamilton, Max Verstappen foi o protagonista ao ultrapassar Kimi Raikkonen a duas curvas da meta para terminar em terceiro lugar.

No entanto o jovem piloto holandês foi tirado do pódio pelos comissários de corrida (momento embaraçoso), que consideraram a ultrapassagem ilegal. O piloto da Red Bull conseguiu passar pelo finlandês, mas tinha as quatro rodas em cima dos corretores, algo que não é permitido em ultrapassagens (só se pode ter duas rodas fora da pista). Aplicaram-lhe uma penalização de cinco segundos e Verstappen caiu para o quarto lugar, por troca com Raikkonen.

O holandês (e não só) queixou-se da falta de critério por parte da FIA para a aplicação da penalização.

 

Yamaha e a mota amaldiçoada

A temporada 2017 em MotoGP foi a pior em dez anos de presença da Yamaha no mundial de motociclismo, com Maverick Viñales a terminar em terceiro (230 pontos) e Valentino Rossi em quinto (208 pontos).

Ora, desde 2008 pelo menos um piloto Yamaha terminou dentro dos dois primeiros. Em cinco ocasiões, um piloto da Yamaha foi o campeão (2008, 2009, 2010, 2012 e 2015) e noutras quatro, vice-campeão (2011, 2013, 2014 e 2016). Para encontrar pior, é preciso recuar até 2007, quando Rossi terminou em terceiro atrás de Casey Stoner e Dani Pedrosa.

Segundo ‘Il Dottore’ o problema em 2017 esteve…na moto. O acidente de motocrosse que resultou numa fratura da perna direita não foi responsável pela perda do título, mas sim o desempenho inconsistente durante a época por causa da M1 que segundo o italiano tinha problemas de aderência que a tornaram quase incontrolável. Embora tenha menos motivos de queixa, Viñales concordou com a análise de Rossi.

 

O logotipo da discórdia

As mudanças drásticas não costumam ser bem-vindas na Fórmula 1 e como seria expectável, a mudança de logotipo por parte do Liberty Media, provocou um tsunami de reações negativas.

O grupo avançou para o ‘restyling’ depois de sentir que a versão utilizada nos últimos 23 anos não era mais adequada para os futuros planos dos novos proprietários. O logotipo da F1 revelado após o GP de Abu Dhabi antecede uma série de mudanças programadas no próximo mês de março, quando o grupo revelar novas plataformas digitais e novos serviços de transmissão. Primeiro estranha-se, depois entranha-se?

 

Ferrari ameaça abandono

A pensar numa solução capaz de reduzir custos, a FIA e a F1 começaram a projetar o esboço do desenvolvimento da regulamentação dos motores de 2021. Na primeira proposta apresentada em outubro, desenhou-se uma nova geração de unidades de potência V6, mas sem o sistema complexo que recupera energia através do calor do turbo. O aumento de 3000 rpm (rotações por minuto) no motor está nos planos para aumentar e melhorar o som dos monolugares.

Embora a proposta ainda esteja a ser discutida e seja suscetível a alterações, a Ferrari já fez saber que não alinha nesse plano e avançou com uma ameaça de abandono, caso a F1 decida seguir em frente com o plano. Uma ameaça que segundo o presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, é para ser levada a sério.

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