E se a A5, na região de Lisboa, tivesse uma faixa só para autocarros? É isso mesmo que o Estado quer negociar com a Brisa para esta autoestrada que liga a capital a Cascais.
Na prática, pretende-se criar uma via destinada apenas a transportes públicos, que esteja a funcionar em determinados horários e sentidos, como adianta o Jornal de Negócios, na sua edição desta terça-feira.
O presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, tem defendido isto mesmo. A Área Metropolitana de Lisboa, de resto, já apresentou ao Governo esta questão como um investimento estratégico.
O contrato de concessão da Brisa prevê, atualmente, que quando se chega ao ponto de ter 35 mil veículos a circular, diariamente, seja alargado um sublanço de autoestrada para três vias em cada sentido. Se forem 60 mil, o alargamento será para quatro vias.
Ontem, foi publicado, em Diário da República, o despacho que cria a comissão para a renegociação do contrato com a Brisa e esta faixa para autocarros será um dos pontos em cima da mesa. Mas há outros:
"A sustentabilidade das contas públicas, por um lado, e a promoção de mobilidade sustentável, por outro lado, recomendam que sejam repensadas as regras contratuais relativas a alargamentos, dotando-as de coerência face a políticas de transporte mais actuais e sustentáveis", lê-se no despacho da coordenadora da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projectos (UTAP).
Investimentos alternativos de maior proximidade, a devolução de comparticipações do Estado por troços que acabaram por não se concretizar na rede de autoestradas, bem como a avaliação das condições para rever as portagens para veículos ligeiros (para alargar o regime de exceção da classe 1 de portagens) são outros dos temas a abordar.