A Toyota manifestou-se hoje desagradada com a ideia da administração Trump vir a impor novas taxas alfandegárias aos veículos importados pelos Estados Unidos, justificando a medida com a “ameaça à segurança nacional”.
Esta justificação parece-nos pouco provável, até porque a indústria automóvel tem uma natureza global e quase 12 milhões de veículos foram fabricados nos Estados Unidos no ano passado”, considera a Toyota num comunicado enviado pela sua filial norte-americana.
Nós partilhamos o objetivo de criar empregos e crescimento económico no país. Nos Estados Unidos temos 1.500 revendedores e 136.000 funcionários e, em breve, abriremos uma nova fábrica no país”, lembrou o fabricante automóvel.
A Toyota adianta: “Nos últimos 60 anos investimos mais de 23 mil milhões de dólares nos Estados Unidos (19,6 mil milhões de euros).”
No comunicado, a Toyota refere ainda que acredita no “justo e livre comércio” como sendo a melhor maneira de criar crescimento sustentável para a indústria automóvel.
Outros fabricantes de automóveis estrangeiros também criticaram a vontade do presidente norte-americano, Donald Trump, de penalizar os produtores que exportam veículos e peças para o país.
“Ninguém tem beneficiado a longo prazo com um protecionismo unilateral”, afirmou o gigante automóvel alemão Volkswagen, enquanto a BMW defende um “acesso sem barreiras” em nome do "crescimento e do emprego numa economia global”.
O fabricante sueco Volvo Cars, por sua vez, advertiu a administração Trump para o facto de os seus investimentos e a criação de empregos nos Estados Unidos poderem estar em causa caso fossem impostas novas tarifas alfandegárias à importação de veículos automóveis.
A Volvo Cars vai abrir uma fábrica na Carolina do Sul para produzir o sedan S60, o que acontecerá no final deste ano.
Na quarta-feira, a administração Trump disse que tinha iniciado uma investigação acerca das importações do setor automóvel, pois estas poderiam por em causa a “segurança nacional”.
Admitia, como já aconteceu com o alumínio e o aço, se a conclusão fosse essa, que as tarifas à importação de automóveis e suas componentes poderiam aumentar.
O governo japonês, por sua vez, já lamentou esta iniciativa, lembrando que “medidas restritivas desta magnitude poderiam prejudicar o mercado e seriam deploráveis”.
Os fabricantes japoneses que operam nos Estados Unidos e exportam do Japão para este país têm-se mostrado preocupados pois as medidas previstas pela administração norte-americana, de aumentar as tarifas à importação de automóveis, seria muito penalizadora para elas.