O recurso a ambulâncias nas cidades que dispõem do serviço de transportes de passageiros Uber diminuiu na ordem dos 7%. Esta é a conclusão de um estudo assinado por David Slusky, professor de Economia na Universidade do Kansas, e por Leon Moskatel, médico no Hospital Scripps Mercy, em San Diego.
A investigação examinou a taxa de recurso a ambulâncias em 766 cidades em 34 estados dos Estados Unidos à medida que a transportadora foi disponibilizando o serviço UberX entre 2013 e 2015.
Ou seja, comparou-se o recurso a ambulâncias por parte dos cidadãos ao longo da entrada da Uber no mercado. “Concluímos que a entrada do UberX reduziu o volume de ambulâncias em pelo menos sete por cento”, pode ler-se no cabeçalho do estudo apresentado nesta semana.
“A minha opinião é que aumentará um pouco e estabilizará nos dez ou 15 por cento enquanto a Uber continuar a expandir-se como uma alternativa”, afirmou Moskatel citado pelo «The Mercury News».
Os investigadores cingiram-se apenas ao serviço da Uber para comparar com o recurso às ambulâncias devido à quantidade de informação que precisavam: o período de atividade já mais longo da Uber em relação a concorrentes permitiu analisar mais localidades.
Moskatel explica também que muitas pessoas que se sentem mal e precisam de ir ao hospital “tendem a avaliar bastante bem o seu estado, quão doentes estão e a rapidez com que precisam de chegar” aos cuidados médicos. Os custos entre um serviço e outro poderão complementar a decisão de chamar um carro da Uber em vez de uma ambulância.
O presidente dos médicos dos serviços de emergência dos EUA adverte, porém, que “um paramédico tem a preparação para ministrar cuidados para salvar uma vida durante o percurso”. Paul Kivela manifesta “dificuldade em acreditar que um motorista da Uber vai tratar” das pessoas.
A empresa privada de transporte também não assume esse papel e, mesmo agradecendo a preferência dos clientes, adverte que não é um serviço de emergência médica. “É importante salientar que a Uber não substitui as forças da ordem ou os profissionais médicos. No caso de qualquer emergência médica, aconselhamos sempre as pessoas a chamarem o 911 [o 112 português]”, frisou o porta-voz Andrew Hasbun.