António Félix da Costa obteve o quarto lugar no e-Prix de Berlim deste sábado mantendo a liderança do Mundial de Fórmula E com a mesma vantagem para o segundo lugar que tinha antes da corrida, mas com uma grande diferença depois de cortada a meta: o piloto da DS Techeetah já ‘pode perder pontos’ neste domingo e ser campeão do mundo.
Na terceira corrida da Grande Final de três rondas duplas em Tempelhof, o piloto de Cascais fez uma prova muito inteligente, gerindo riscos e sem nunca deixar de olhar para os lugares da frente. Félix da Costa podia ser campeão já hoje, mas não deu passos maiores do que as pernas e o caminho para o ‘caneco’ continua aberto e mais desbravado.
Com a pole position nas mãos do seu companheiro de equipa, Jean-Éric Vergne, que segurou o primeiro lugar na largada, o português da DS partiu do oitavo lugar mantendo também, com calma e segurança essa posição passada a maior agitação das primeiras voltas.
O Safety Car foi obrigado a entrar depois de um acidente que envolveu Sérgio Sette Câmara (Geox), Neel Jani (Porsche) e James Calado (Jaguar) deixando os três pilotos fora de prova. Passado este incidente, as lutas pelas posições intensificaram-se e o português foi paulatinamente subindo...
Félix da Costa conseguiu chegar ao quarto lugar – e mantê-lo apesar da forte luta que lhe deu André Lotterrer (Porsche) – que acabou por dar-lhe 12 valiosos pontos no seu objetivo maior de chegar ao título enquanto líder descansado do campeonato. À sua frente, a batalha pelo pódio acabou por ser a mais emotiva envolvendo três pilotos.
Vergne não conseguiu resistir aos ataques de Max Guenther (BMW) nem, depois, a Robin Frijns (Envision), que acabou por deixar o francês da DS no terceiro lugar. O holandês ainda tentou espreitar a liderança, mas Guenther não permitiu veleidades e venceu a corrida após 35 voltas. Frijs terminou a 0.128s e Verge fechou o pódio a 2.569s. Félix da Costa ficou em quarto a 2.743s do vencedor e Lotterer foi o quinto a 3.136s.
De forma curiosa, o piloto português de 28 anos manteve o comando do campeonato com a mesma vantagem de 68 pontos que tinha antes da corrida. Uma diferença, porém, está em que o segundo classificado passou agora a ser Guenther; outra diferença é que ficou menos uma prova por disputar e se, neste sábado, o título podia ser alcançado somando os pontos suficientes, amanhã já pode ser conseguido mesmo que o #13 da DS perca alguns para o segundo lugar.
Félix da Costa tem agora 137 pontos e 68 de vantagem. Com 90 pontos como máximo possível para qualquer piloto obter até final do Mundial com as três corridas que faltam, ao piloto português ‘basta’ garantir que, neste domingo, termina a corrida com 61 pontos de vantagem sobre o segundo.
Ou seja, o título será seu se o português da DS não perder mais de 7 pontos para o segundo colocado do campeonato após a quarta corrida em Berlim ficando apenas duas corridas para fazer e um máximo de 60 pontos disponíveis até final.
Félix da Costa até pode ser campeão perdendo oito pontos da diferença que tem sobre o segundo lugar e ficar ‘apenas’ com 60 pontos de vantagem quando houver os mesmos por disputar. Mas, neste caso, o português tem de já ter garantido um registo de resultados inalcançável pelo segundo classificado do Mundial – o desempate pontual entre dois pilotos faz-se pelo maior número de vitórias ao longo da época (e assim sucessivamente em relação às melhores classificações, enquanto for necessário).