Dakar 2018 arranca com a Peugeot a acusar “antidesportivismo”

Diretor da equipa francesa diz que a intenção é transformar a prova numa "lotaria"
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Peugeot Dakar 2018
Peugeot Dakar 2018

O Dakar 2018 arranca neste sábado no Peru e a Peugeot não deixou de fazer críticas às mudanças de regulamentos no que respeita aos mapas considerando-as “antidesportivas”.

As alterações ao «road book» (que antes só proibia mapas com fotografias de satélite) proíbem agora “qualquer tipo de mapas seja qual for o seu suporte físico”, desde o papel aos suportes eletrónicos.

As equipas podem recorrer apenas ao «road book» e ao GPS fornecido pela prova e os «pilotos de elite» estão também proibidos de levar telefones, tablets outros dispositivos com GPS para além dos telefones satélite para casos de emergência.

No relato feito pelo «Motorsport.com», a Peugeot criticou a alteração dos regulamentos como “antidesportivas” na intenção de tornar o rali numa “lotaria”.

“Não penso que esta alteração de regulamentos tenha algo pessoal. Mas entendo-a como algo antidesportivo, totalmente”, afirmou ao site norte-americano o diretor da Peugeot Sport, Buno Famin: “Eles infelizmente querem que aconteçam coisas. Qualquer coisa.”

“Eles não querem o mesmo líder” todos os dias reforça Famin apontando que se pretende que “haja uma oportunidade para alguém se perder”. “Para mim, isso não é desporto”, referiu o líder da Peugeot.

Famin percebe que “é normal” em “muitas categorias” que “quem ganha mais é castigado”, mas não entende esta alteração em particular: “No caso dos mapas não percebo. Torna o Dakar numa lotaria. Acho que estão à procura de um resultado inesperado. É a única forma de poder perceber a decisão deles.”

O diretor desportivo do Dakar, Marc Coma, destaca que “a navegação faz parte do jogo” e garante que a alteração “não é dirigida a alguém”, mas sim para que todos estejam em igualdade: “O objetivo está em que a navegação é importante e que o piloto e a equipa que consigam ler melhor o «road book» tenham a sua recompensa. E que todos disponham dos mesmos elementos.”

Quer a Mini quer a Toyota saudaram as medidas que dizem tornar a competição mais renhida.

Ao «Motorsport.com», o diretor da equipa japonesa, Glyn Hall, diz compreender que a Peugeot esteja “aborrecida porque demoraram tanto a fazer aqueles mapas”, mas que assim “é mais justo para todos”.

Também a Mini, pelo navegador de Nani Roma referiu que a rival francesa “tinha um sistema especial” para quem se perdesse considerando Alex Haro que, agora, “todos estão em igualdade”.

O Dakar 2018 arranca na tarde deste sábado com a primeira etapa a ligar a capital do Peru, Lima, a Pisco numa distância de 272 km (31 cronometrados).

A primeira moto parte às 12h31m30s locais (mais cinco horas em Portugal Continental) e o primeiro carro às 14h20 locais.

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