F1 2019: o bom e o mau para lá do binómio vencedor

Balanço de um ano em que Verstappen subiu de patamar com a Honda e se disse adeus a Niki Lauda
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Lewis Hamilton (Lusa)
Lewis Hamilton (Lusa)

O balanço da temporada 2019 da Fórmula 1 faz-se novamente em tons de prata, a cor dos Mercedes. É a sexta temporada seguida em que isso acontece; e o 6 é um número mágico para o binómio Lewis Hamilton-Mercedes que nesta época voltou a não ter concorrentes à altura.

Lewis Hamilton conquistou o seu sexto título de campeão do mundo de F1 – o terceiro seguido, que é o quinto com a equipa alemã (depois do triunfo estreante com a McLaren). O inglês voltou a dar poucas hipóteses à concorrência – incluindo o seu companheiro de equipa, Valtteri Bottas, que foi o segundo classificado – e ficou a apenas um campeonato do ‘hepta’ Michael Schumacher.

E fê-lo, com mais ou menos dúvidas ao longo da temporada, com um domínio exemplar que se deve reconhecer num final em que terminou o Mundial com um novo recorde de pontos: 413. Hamilton terminou a temporada com 11 vitórias nas 21 corridas em que só não terminou no pódio em três, mas pontuando em todas – recuando até 2018, o inglês vai em 33 provas seguidas a pontuar.

Voltando à frente e à última corrida deste ano, em Abu Dhabi, Hamilton fechou com chave de ouro ao colocar no número redondo de 50 o seu recorde absoluto de vitórias a partir da poel position.

A par do fenómeno inglês esteve a Mercedes com o seu sexto título consecutivo de Construtores na F1 (2014-19) – tantos quanto a categoria tem na sua era híbrida –igualando o recorde da Ferrari (1999-2004). E se Hamilton foi campeão a duas corridas do final da época, a equipa alemã fê-lo com quatro corridas de avanço para além de garantor também o segundo lugar dos Pilotos, com Botas – somando nove dobradinhas em corridas.

Mantendo a retrospetiva nos seus pontos altos, Max Verstappen conseguiu a sua melhor classificação de sempre num Mundial de F1 com o terceiro lugar no campeonato no ano em que a Red bull estreou os motores Honda depois dos 12 anos com a Renault.

O piloto holandês conseguiu, inclusivamente, obter a sua primeira pole position da carreira no GP da Hungria – igualando a Jackie Stewart com o maior numero de triunfos (sete) antes da primeira ‘pole’ (tendo ganho depois a terceira corrida do ano no Brasil).

Mas foi logo na prova de abertura da temporada, na Austrália, que a Honda, com o Red Bull de Verstappen, voltou a sorrir na F1 regressando aos pódios 11 épocas depois. Terminado o calvário dos três anos de ligação à McLaren, a fabricante japonesa conseguiu mesmo voltar às vitórias à nona corrida da época – com o primeiro carro não Mercedes a ganhar um GP em 2019 – quebrando o jejum de 13 épocas longe dos triunfos.

Do terceiro lugar de Verstappen no Mundial de Pilotos não pode ser dissociado o comportamento da Ferrari ao longo do ano, pois a luta interna entre os seus dois pilotos – com uma questão mal resolvida entre haver ou não chefe de fila – marcou as contas individuais.

Charles Leclerc terminou a temporada como o vencedor no campeonato das pole positions (sete), mas a disputa com Sebastian Vettel evidenciou-se nas suas consequências nefastas logo à segunda prova, no Bahrain, quando o monegasco superou o alemão contrariando as ordens da equipa.

Com a questão das prioridades sempre por definir, o ano que Vettel teve para esquecer teve um dos seus pontos altos no Canadá, com uma penalização de 5 segundos - por um regresso à pista imprudente à frente de Hamilton – lhe tirar a vitória apesar de ter cortado a meta em primeiro à frente de Hamilton.

Após a paragem do verão, as duas primeiras vitórias da carreira de Leclerc deram nova alma à Ferrari, mas a terceira seguida esfumou-se para as mãos de Vettel em resultado de uma estratégia de equipa (desfavorável a Leclerc que liderava a corrida quando se decidem as manobras de ida às boxes) que manteve o mau ambiente em alta. Nem o regresso do alemão aos triunfos 22 corridas depois (mais de uma época) chegou para serenar o ambiente.

O expoente do desentendimento entre Leclerc e Vettel e também na própria Ferrari esteve no choque entre ambos no Brasil a lutarem por uma posição cujo abandono mútuo deixou o caminho aberto para o terceiro lugar de Verstappen no Mundial.

Na época em que se cumpriram os 1.000 GP na Fórmula 1, na China, e em que a volta mais rápida passou (voltou desde 1959) a valer um ponto, a McLaren regressou também aos pódios (com a estreia de Carlos Sainz Jr. nesse patamar) batendo com o motor Renault a equipa francesa de fábrica no Mundial de Construtores.

Este foi também o ano em que Kimi Raikkonen regressou à Sauber, agora só Alfa Romeo, 18 anos depois da estreia na F1 e que a Red Bull voltou a trcar de pilotos a maio da +época com a Torro Rosso promovendo o promissor Alexander Albon e despromovendo Pierre Gasly.

Em termos de regressos, o mais sonante foi mesmo, entretanto, o de Robert Kubica ao campeonato, depois de oito anos ausente do Mundial de F1, mas o polaco ficou por apenas este ano de regresso nunca tendo conseguido superar o seu companheiro de equipa, George Russell, nas qualificações e ficando com a consolação de sair com o +único ponto conseguido pela Williams em 2019.

A ‘fava’ da época acabou mesmo por ficar com Nico Hulkenberg, que também deixa o Grande Circo ao fonal de dez temporadas com o recorde de mais corridas feitas (179) sem ter conseguido ir ao pódio.

O pesar fica para a morte de Charlie Whiting – tendo o então diretor de corridas falecido três dias antes da primeira corrida da época, já na Austrália – e para a morte do tricampeão mundial Niki Lauda em maio que deixou a época de 2019 de luto e a prestar-lhe homenagem durante várias semanas.

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