Joan Mir (Suzuki) conquistou este domingo o seu primeiro título de campeão do mundo de MotoGP, ao terminar o GP da Comunidade Valenciana na sexta posição.
O piloto espanhol de 23 anos de idade, sucede a Marc Márquez num ano atípico devido à pandemia de covid-19 e que ficou marcado pela ausência do campeonato do espanhol Honda que conquistou os últimos quatro campeonatos,
Depois de um início de temporada tímido, Joan Mir acertou o ritmo e mostrou o talento que lhe vaticinavam desde a Red Bull Rookies Cup, em que se estreou em 2013.
Nascido em Palma de Maiorca, a 01 de setembro de 1997, quando na classe rainha do Mundial de Velocidade em motociclismo ainda pontificava o australiano Michael Doohan, Mir começou a correr com minimotas aos dez anos.
Aos seis anos, recebeu a primeira mota, uma Pollini. Mas foi a ver uma corrida do tio Joan Perelló (que correu no Mundial pela Stop&Go) que o bichinho da competição se instalou.
Pela mão do pai, surgiu na escola de pilotos gerida pelo pai de Jorge Lorenzo, tricampeão mundial de MotoGP (em 2010, 2012 e 2015), que, apesar de inicialmente lhe ter dado pouca atenção, ficou impressionado com o talento inato do jovem Mir.
Em 2013 estreou-se na Red Bull Cups, por onde passou, também, Miguel Oliveira. Dois anos depois, era convidado para se estrear no Mundial de Moto3, substituindo o japonês Hiroko Ono, lesionado.
Um ano mais tarde estreou-se a tempo inteiro na categoria mais baixa do mundial, onde em 2017 foi campeão com dez vitórias e 13 pódios alcançados durante uma temporada com 18 corridas.
No ano seguinte subiu ao Moto2, tendo terminado a temporada na sexta posição, com quatro pódios, dois segundos lugares e dois terceiros e 155 pontos conquistados.
Surpreendentemente, em 2019 subiu ao MotoGP com a Suzuki, onde passou a fazer equipa com o seu compatriota Alex Rins, tendo terminado a primeira temporada na classe rainha do motociclismo no 12.º lugar com 92 pontos.
Já este ano, fruto de uma regularidade impressionante, Joan Mir, deixou toda a concorrência para trás, apesar de ter desistido em duas das primeiras três corridas da temporada.
A partir do GP da Áustria, prova em que subiu ao pódio pela primeira vez com um segundo lugar, foi de uma regularidade impressionante, alcançando sete pódios na temporada e só no GP de França onde foi 11.º, fez pior do que sétimo lugar alcançado este domingo em Valência.
Para não ser campeão sem vitórias na temporada, Mir colocou a ‘cereja no topo do bolo’ no GP da Europa onde venceu a corrida na frente do seu companheiro de equipa.
O piloto, que corre desde sempre com o número 36, tinha no italiano Valentino Rossi um dos ídolos de infância, mas a admiração confessa é para o tenista Rafa Nadal, "um autêntico craque com o qual se podem aprender muitos valores", escreveu Mir nas redes sociais.
Este domingo, o piloto espanhol entrou na galeria dos campeões, 20 anos depois de o norte-americano Kenny Roberts Jr. Ter dado à Suzuki o seu último título mundial de pilotos em 2000, quando Mir tinha apenas três anos.