Verstappen vs. Hamilton: as diferenças que se vê em relação a 2020

Red Bull começou a dominar uma época em que a Mercedes é pela primeira vez posta em causa na era híbrida da F1
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Max Verstappen e Lewis Hamilton (Lusa)
Max Verstappen e Lewis Hamilton (Lusa)

O Mundial de Fórmula 1 chegou neste ano a moldes inéditos na era híbrida da competição com uma equipa a afrontar pela primeira vez a Mercedes na liderança dos campeonatos. A Red Bull comanda a disputa pelos títulos com Max Verstappen a obrigar o campeão em título Lewis Hamilton a correr atrás do líder para apanhá-lo, como há muito não se via.

Com sete títulos em sete épocas híbridas da F1 (seis de Hamilton e um de Nico Rosberg na mais acesa disputa que o inglês teve neste período e que foi com o companheiro de equipa), a Mercedes está a ver-se numa situação nova. Assim como está a Red Bull, que se mostrou mais forte ao final das nove primeiras corridas – que fazem entre um terço e metade do calendário total de 2021.

O regresso da Red Bull à frente dos campeonatos sete anos depois do consulado Mercedes coloca Verstappen ainda mais em evidência, pois o seu ponta de lança no ataque ao título de Pilotos está finalmente a ter o retorno em resultados de uma aposta duradoura. E esta consumação também é nova em 2021. O holandês é o líder do Mundial e foi também neste ano que chegou a esse posto pela primeira vez.

O Red Bull tem-se mostrado mais competitivo especialmente na segunda metade do que já foi disputado e o GP do Mónaco acentua essa dobragem para uma parte da época em que a competitividade da equipa austríaca ganha contornos de domínio. Em Monte Carlo, à quinta corrida do ano, Verstappen estreou-se a vencer no principado na F1 e chegou ao comando do Mundial pela primeira vez na carreira – e desse então só tem mesmo dado Red Bull.

Nas últimas cinco provas, a equipa das bebidas energéticas ganhou sempre – quatro vitórias de Verstappen e uma de Sergio Pérez. A Mercedes tem vindo a sentir não ter andamento para o RB16B em corrida, mas, desde logo também, na qualificação – em que, a duas pole positions seguidas da Ferrari, se sucederam mais três para os austríacos.

Da mesma forma que esta disputa entre as duas equipas mais fortes reavivou as emoções na F1, a incerteza entre o que vai seguir-se é ainda muita pela resposta que a Mercedes poderá ter para dar recuperando uma luta que foi bem mais taco-a-taco no início do presente campeonato. Até à quarta corrida, inclusive, Verstappen e Hamilton andaram de prova para prova a separem-se por diferenças de um único ponto.

Recuando até ao ano anterior para ver o cenário com o mesmo número de provas feitas, o domínio Mercedes habitual das últimas temporadas ainda se fazia sentir de forma (mais) vincada (do que o Red Bull deste ano). Acresce dizer entretanto que, em 2020, à nona prova, já estava cumprida metade de uma época que a pandemia transformou em 17 corridas começadas a 5 de julho...

Neste ano, o calendário tem programadas 23 etapas. E, no que podemos cruzar com o que de semelhante já se passou, há diferenças também para assinalar. Em 2020, Hamilton liderava à nona prova com 190 pontos; Valtteri Bottas (Mercedes) era segundo com 135; e Verstappen era o terceiro com 110. Neste ano, o holandês comanda com 182 pontos; à frente do inglês (150) e de Pérez (104).

Verstappen faz o Grand Slam no GP da Áustria

Alguns factos merecem aqui maior demora, para além da mudança de companheiro de equipa: não só a diferença entre lideranças é menor em 2021 (32 contra 55 pontos), como é feita entre adversários diretos dos carros rivais e não para o outro elemento da mesma equipa. Além disso, não é de menos também notar que a diferença do segundo para o terceiro é bem maior em 2021 do que em 2020 (46 contra 25 pontos) acentuando que os dois primeiros deste ano terão nos seus companheiros de equipa maiores ajudantes para um seu chefe de fila do que eventuais aspirantes a contendores de posição(ões)...

Em 2020, o domínio mais vincado da Mercedes cifrava-se em seis triunfos de Hamilton em nove possíveis (Verstappen tinha apenas um). Neste ano o holandês vai na frente dos triunfos por 5-3. Se tivermos em conta os grandes prémios já neste ano que também se realizaram-no total do ano passado (seis), o inglês ganhou em 2020 cinco deles – Bottas ganhou o outro.

No que já se correu deste ano do que também se cumpriu nas primeiras nove provas de 2020, os grandes prémios da Estíria e da Áustria (no Red Bull Ring) e da Espanha (na pista de Barcelona) são as três provas comuns. Hamilton ganhou duas no ano passado e Verstappen nenhuma; em 2021, o holandês venceu duas e o inglês a outra delas.

Com a Red Bull não só a bater o pé à Mercedes, mas, como fomos vendo, a ganhar ascendente para um plano dominador – que ainda não chega ao inverso do que o precedeu –, o Mundial de F1 segue para Silverstone onde se poderá já ver que resposta poderá ter (ou não?) a Mercedes para apresentar quanto à competitividade do W12 num circuito em que o carro alemão sempre se deu às mil maravilhas...

No próximo dia 18, porém, não vamos só assistir ao regresso do campeão do mundo a sua casa para o GP da Grã-Bretanha; é também o regresso da equipa sedeada em Brackley (a apenas 13 minutos por autoestrada de Silverstone) a uma sua (também) segunda casa, pois, nos sete GP da Grã-Bretanha da era híbrida, a Mercedes só não ganhou em 2018 (foi a Ferrari com Sebastian Vettel).

Mas fica também a nota de contra-ponto potencialmente prenunciador (de que algo poderá estar a mudar...) que, no ano passado, até se correu por duas vezes em Silverstone. Hamilton venceu o GP da Grã-Bretanha, mas a segunda corrida do ano de 2020 na histórica pista, como GP do 70.º Aniversário da F1, foi ganha por Verstppen... Falta pouco para ver a tendência na prova em que vai estrear-se o modelo da qualificação sprint.

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