Portugueses em 2020: um herói e dois campeões para a história

Oliveira, Albuquerque e Félix da Costa: uma constelação com brilho inédito
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Miguel Oliveira (Lusa)
Miguel Oliveira (Lusa)

O ano de 2020 foi bem dourado para os pilotos portugueses internacionalmente com conquistas inéditas para o desporto motorizado nacional. No MotoGP, Miguel Oliveira ganhou a(s) primeira(s) corrida(s) na categoria rainha do motociclismo. No desporto automóvel, Filipe Albuquerque sagrou-se campeão mundial e europeu de Resistência e António Félix da Costa ganhou o campeonato da Fórmula E. Foi obra!

-Miguel Oliveira: Ao segundo ano na categoria rainha, Miguel Oliveira deixou a sua marca bem vincada: no plano internacional de 2020; e como nunca no desporto português. De um ano de estreia no MotoGP em 2019 com um 17.º lugar final e um único top 10 em corridas (com o oitavo lugar na Áustria), o Falcão passou para 2020 como um dos dez melhores do ano com o nono lugar no Mundial (foi dos 33 para os 125 pontos).

No assinalável percurso do português da equipa satélite Tech3 KTM em 2020 aconteceram os pontos mais altos da sua carreira e do desporto motorizado nacional: as duas vitórias nos GP da Estíria e de Portugal. Cada uma com o seu natural encanto.

No Red Bull Ring pela segunda semana seguida, o triunfo no GP da Estíria teve tanto de histórico como de épico. Foi a primeira vitória portuguesa no MotoGP. Foi uma vitória conquistada com mestria, talento, inteligência. E na última curva, numa ultrapassagem que passou a fazer parte dos compêndios da competição. Nas barbas Jack Miller e, especialmente, nas barbas de Pol Espargaró, o espanhol que tinha levado o português a cair uma semana antes, na mesma pista.

Vídeo: o mergulho do Falcão já faz parte da história do MotoGP

A segunda vitória foi diferente. A emoção da estreia tornou-se a emoção de ser em casa – numa prova que até era para ter público nas bancadas do Autódromo Internacional de Portimão… impossibilitada essa festa, a outra tão ambicionada cumpriu-se. Em Portimão, Miguel Oliveira já entrou como um favorito ao triunfo.

Era a sua pista, que ele conhece melhor do que todos os outros. E não houve desilusões. Até sábado foi a preparação perfeita com a obtenção da primeira pole position da carreira do piloto de 25 anos. No domingo, foi a consagração com uma vitória sempre a liderar a corrida desde o apagar dos semáforos.

Foi o fechar com a chave mais dourada que havia uma época que, no cômputo das 14 corridas realizadas, teve Miguel Oliveira dentro do Top 6 em mais de metade (oito). O talento e a competência anunciados e posteriormente confirmados valeram-lhe a promoção logo em junho à equipa oficial da KTM para este ano que agora vai começar.

-Filipe Albuquerque: Foi o imperador dos LPM2 em 2020. O piloto português reinou com o Oreca 07 #22 da United Autosports no WEC e no ELMS. Filipe Albuquerque foi neste mesmo ano que agora termina campeão mundial (fazendo tripla com Phil Hanson e Paul di Resta) e europeu (em dupla com Hanson) de Resistência.

O domínio do piloto português de 35 anos foi arrebatador com quatro vitórias no WEC (em seis provas do campeonato) e três no ELMS (em cinco possíveis) somando para além disso sete pole positions ao longo de toda a época na Resistência (três no Mundial e quatro no Europeu).

Na coroação de um ano brilhante, Filipe Albuquerque incluiu nas jóias da sua coroa a vitória nas 24 horas de Le Mans nos LMP2 (com pole position) fazendo o ‘triplete’ do ano.

-António Félix da Costa: Campeão da Fórmula E. António Felix da Costa chegou finalmente à consagração internacional, mas, neste ano, quando o fez, fê-lo com pompa. O piloto português foi o primeiro a chegar ao título com duas corridas ainda por disputar no recente campeonato que em 2021 já terá estatuto de Mundial.

O campeonato desta época 2019-20, em que Félix da Costa se estreou na equipa campeã DS Techeetah ao lado do também campeão em título, ficou ‘partido’ em dois devido à pandemia de covid-19 com sete rondas (oito corridas) canceladas pelo meio. Félix da Costa assomou-se também ele à vitória em dois tempos.

No final de fevereiro, o piloto português de 29 anos marcou a sua primeira pole position da época no lançamento também da sua primeira vitória ‘estacionando’ na frente do campeonato. No recomeço, para a segunda metade da competição com seis corridas em Berlim, voltou com o mesmo ritmo. Só deu Félix da Costa.

Duas vitórias (com ambas as ‘poles’) de rompante nas duas primeiras corridas lançaram o português para o ataque a um título que passou a tê-lo com principal pretendente. Com quatro corridas para confirmar este ritmo imparável de vitória, Félix da Costa precisou apenas dos pontos de mais duas para fazer a festa.

-Menção honrosa: Henrique Chaves e Miguel Ramos venceram o International GT Open conquistando duas vitórias e seis pódios em doze corridas.

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