Silverstone despede-se da Fórmula 1 em 2019

Donos assumem que «não é financeiramente sustentável»
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GP da Grã-Bretanha 2009
GP da Grã-Bretanha 2009

O circuito de Silverstone vai deixar de receber o GP de Fórmula 1 depois de 2019. A decisão foi anunciada nesta terça-feira pelo British Racing Drivers’ Club (BRDC), o dono da infraestrutura.

Silverstone foi o palco da primeira corrida de F1 em 1950. E é a casa do GP da Grã-Bretanha desde 1987. O atual contrato com a Fórmula 1 entrou em vigor em 2010, com uma duração até 2026.

Uma cláusula do vínculo, porém, prevê que o acordo seja interrompido depois de 2019. Para tal, essa cláusula teria de ser ativada até ao GP da Grã-Bretanha de 2017 – que é no próximo fim de semana.

O BRDC anunciou que ativou essa cláusula justificando a decisão com o facto de não mais ser financeiramente viável receber a corrida nos termos do presente contrato.

«Chegamos ao ponto extremo em que não nos é possível deixar a nossa paixão pelo desporto determinar a nossa razão. Dito de forma simples, já não é financeiramente sustentável apresentar o GP da Grã-Bretanha sob os termos do contrato em vigor», comunicou o presidente do BRDC, John Grant, segundo escreve o «GPUpdate».

O responsável explicitou os prejuízos acumulados: «Ao receber o GP da Grã-Bretanha suportámos perdas líquidas de 2,8 milhões de libras (cerca de 3,1 milhões de euros) em 2015 e de 4,8 milhões de libras (cerca de 5,4 milhões de euros) em 2016 – são 7,6 milhões de libras (cerca de 8,5 milhões de euros) em dois anos. Esperamos perder uma quantia similar neste ano.»

Grant conclui que o atual contrato é «não só insustentável» como «colocaria em risco a casa dos desporto motorizados» da Grâ-Bretanha: «O atual contrato exige ao BRDC pagar à Liberty Media uma Taxa de Promotor para receber o Grande Prémio, com a taxa a aumentar cinco por cento a cada ano.»

Com o início deste vínculo, Silverstone pagou cerca de 13 milhões de euros para receber a F1; valor que aumentou para 18,2 milhões neste ano; e que aumentaria para 28,1 milhões em 2026. O presidente do BRDC salienta que «as receitas líquidas não são suficientes para cobrir o quinhão do Grande Prémio nos custos gerais».

«Não podemos continuar a vender os nossos ativos para financiar o Grande Prémio. Dito de forma simples, saímos de estrada e ficámos sem opção que não fosse acionar a cláusula de interrupção», assumiu Grant abrindo uma porta para uma solução: «Apesar de termos ativado agora a cláusula de interrupção, deixámos claro que estamos abertos a trabalhar com os nossos amigos da Liberty para encontrar uma solução que satisfaça todas as partes.»

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