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Carlos Tavares apresenta a Stellantis e anuncia mais 10 modelos eletrificados

CEO português revelou as linhas mestras do novo grupo automóvel
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Carlos Tavares (imagem Groupe PSA)
Carlos Tavares (imagem Groupe PSA)

Carlos Tavares apresentou nesta terça-feira a Setllantis, o novo grupo automóvel que fundiu a PSA (da qual o português era o CEO) e a FCA entrando nas bolsas de Paris, Milão e Nova Iorque nestes últimos dois dias. Na base desta fusão está a criação de valor na ordem dos 25 mil milhões de euros.

Consumadas a fusão e a entrada em bolsa, foi altura de fazer a apresentação formal do novo grupo – que se posiciona como o quarto maior do setor automóvel – e Carlos Tavares fez questão de acentuar durante a extensa conferência de imprensa desta tarde o “escudo” que a Stellantis vai ser para todos os envolvidos que funde no seu seio: dos trabalhadores às marcas dos veículos.

Com o mote ‘construindo um novo líder mundial na mobilidade sustentável”, a Stellantis apresenta-se com uma base que passa por 400 mil funcionários, vendas em 130 países, atividades industriais em mais de 30 e com uma liderança em três mercados continentais. Com o objetivo de ser “uma alavanca para a disrupção” que anuncia no seu mote e “fazer o que não se podia fazer com outras empresas”, o novo grupo com o português como seu CEO anuncia um fio condutor claro para o seu desígnio: “ser ótimo para alem de grande”.

“Vamos insistir no desempenho e na eficácia para mostrar que somos uma equipa melhor do que os concorrentes”, assume o diretor executivo português anunciando uma empresa que fara sua força “o espirito competitivo e a diversidade” e que será “provocadora” com os novos modelos. Com um “portfólio abrangente” de “14 marcas icónicas”, Tavares garante “direções fortes para cada uma delas”.

Carlos Tavares assume que o investimento não será generalizado a todas “por questão de disponibilidade”, mas frisa também que a Stellantis vai “poder fazer carros mais baratos e criar melhores oportunidades para algumas marcas”. “Outras vão renascer”, mas nenhuma vai desaparecer. Numa sinergia verbal já do novo grupo, Alfa Romeo e Maserati ganham embalo com o primeiro semestre “rentável” que a Opel teve em 2020: “Queremos manter as marcas. A Alfa Romeo e a Maserati são ativos valiosos e vamos analisar como podem ser rentáveis. E não temos outra intenção que não a de respaldá-las ou reforçá-las.”

“A Stellantis funciona como um escudo para as suas marcas trazendo as sinergias e a maior eficiência para cada uma.” Estas sinergias que ascendem a um valor 5 mil milhões de euros (40% em sinergias de produtos; 35% nas compras) farão que alguns modelos possam tornar-se rentáveis e equacionáveis: “A Stellantis é uma solução e não um problema.”

Com o mote da mobilidade sustentável no centro, Carlos Tavares revela que aos atuais 29 modelos eletrificados vão juntar-se mais 10 até final do ano para um total de 39 no 2021 que agora começou. Em 2025, todas as versões novas comercializadas pelo grupo Stellantis terão uma variante eletrificada.

As sinergias de grupo trarão diminuição de custos para mais produção a preços mais baixos. “Baterias, motores, tudo vai ser fabricado internamente, ou com parcerias do grupo” e um objetivo declarado no curto prazo é “oferecer nos próximos cinco anos uma mobilidade limpa e segura”. “Queremos uma pegada de carbono neutra e trabalhar para a neutralidade carbónica a 100% em todas as operações”, assume o CEO português frisando que ”a Stellantis vai cumprir as metas de CO2 em dois a três anos”.

A mais médio prazo, esperando uma mobilidade partilhada que “vai desenvolver-se”, as oportunidades e desafios para 2030 da Stellantis concentram quatro pontos: soluções de mobilidade; carros conectados; veículos com novas energias; e condução autónoma. Carlos Tavares não deixa, porém, de lembrar que “a eletrificação é cara e também depende de os governos criarem as condições para as pessoas poderem ter dinheiro para comprar carros.”

O líder português do novo grupo automóvel salienta que “os constrangimentos não podem estar sempre a aumentar, se não a indústria não consegue responder”. E tendo a proibição de venda de veículos com motor a combustão no Reino Unido a partir de 2030, Tavares afirma que não haverá corte de empregos, mas que o investimento ‘britânico’ da Stellantis “ainda não está esclarecido”.

“Há um escudo que protege, mas, se os governos mudam as regras, há um ponto em que não é possível continuar.” Guardando para mais tarde a aferição “se há espaço para os veículos elétricos e o que resta para o RU”, o CEO português aponta que a questão “não é ciência aeroespacial, [mas] é apenas bom senso” e que “todos precisam de aceitar as consequências das decisões que tomam”.

Pelo lado da Stellantis a nível global, Carlos Tavares garante que o “compromisso nesta fusão” é de que não haverá fecho de fábricas nem haverá despedimentos aproveitando para lembrar a fusão da Opel com a PSA. “Queremos manter as marcas, que são um ativo valioso. Há momentos em que não se consegue evitar, mas há mais coisas para fazer do que cortar empregos para poupar custos”, apontou o executivo português recorrendo ao adjetivo que mais utilizou para caracterizar a Stellantis: “É um escudo.”

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