Depois de alguns anos a explorar a utilização do lítio como a solução mais eficiente para a construção de baterias destinadas a automóveis elétricos, o construtor chinês CATL (Contemporary Amperex Technology Co. Ltd.), acaba de apresentar um novo sistema que usa o sódio em vez do lítio.
A grande vantagem está na redução de custos, uma vez que a matéria-prima é muito mais barata do que acontece até agora com as soluções de lítio. No entanto, como este ainda é o sistema mais eficiente, a CATL também apresentou um módulo de baterias que consegue combinar os dois materiais, combatendo a escassez do lítio, mas preservando em simultâneo as suas vantagens.
O ‘chairman’ da CATL explica que “as baterias de iões de sódio têm vantagens únicas em termos de desempenho a baixas temperaturas, nos carregamentos rápidos e na componente ambiental”. “Além disso, a sua utilização é compatível com as baterias de iões de lítio, o que, do ponto de vista técnico, é uma garantia importante para o desenvolvimento deste sistema a longo prazo” refere Zeng Yuqun apontando que a produção em massa desta solução ainda se encontra numa fase inicial, sendo necessária uma maior implementação na indústria para que o sistema possa ser mais desenvolvido.
A CATL é o maior fabricante mundial de baterias fornecendo marcas como a Tesla, por exemplo, mas tal como outros fabricantes tem sofrido bastante pelo crescente aumento dos custos das matérias-primas necessárias para a sua produção. O custo do carbonato de lítio, essencial para a grande maioria das baterias que temos atualmente no mercado, duplicou no último ano e o valor do níquel, outro material que também é bastante utilizado, está no seu valor mais elevado pelo quinto mês consecutivo.
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A utilização do sódio nas baterias tem vantagens claras, mas também algumas desvantagens. O lado positivo é que as reservas de sódio no planeta são bastante extensas, o que beneficia a sua utilização em termos de custos. Além disso, os tempos de carga mais longos não causam danos às baterias e a sua reação química está isenta de corrosão. Em contrapartida, a sua inferior densidade energética vai traduzir-se em sistemas com uma autonomia menos abrangente, pelo que a sua utilização ficará restringida a automóveis com necessidades energéticas inferiores e de utilização mais citadina.