A história de amor entre a Mazda e o design italiano

O design da Mazda nasce da junção entre sociedades orientais e ocidentais
Texto

A paixão italiana pela beleza e o engenho tecnológico japonês uniu, na década de 1960, o designer de automóveis e jornalista japonês Hideyuki "Hide" Miyakawa e a tradutora Maria Luisa "Marisa" Bassano. Foi desta ligação que surgiu a inspiração de todos os modelos da Mazda criados até então.

Os traços do design japonês e do design italiano são marcados por presenças culturais distintas. A expressão “Os opostos atraem-se” é uma boa forma de compreender o que sucedeu.

As sociedades ocidentais utilizam uma estética à base de formas geométricas, como por exemplo o Coliseu de Roma, caracterizado pela construção de colunas gregas ou as catedrais góticas. O oposto disso é a filosofia Zen Japonesa que valoriza o movimento, a adaptação e a renovação, adotando um estilo mais simplista.

A Mazda criou, em cooperação com os ateliês italianos, o premiado design "Kodo - Alma do Movimento" de Ikuo Maeda, relembrando sempre a identidade cultural do Japão.

Em 1963, a marca cria um automóvel familiar, na altura compreendido entre os modelos Mazda Familia 1000 e o Mazda 323. Este carro foi o resultado da primeira cooperação entre a Mazda e a Bertone (fabricante de automóveis italiana).

Um ano depois, este modelo é adaptado para uma carrinha de duas portas, seguindo-se uma versão berlina. A gama Familia completa-se em 1965 com um coupé, modelo criado por um jovem com apenas 21 anos, Giorgetto Giugiaro, uma figura importante e que marca o design de automóveis em geral.

O sucesso foi visível, entre 1963 e 1968 o Mazda Familia conquistou a quota de mercado na sua classe, com a construção de 400.000 unidades.

Em 1959, Giorgetto Giugiaro, tornou-se responsável pelo Centro de Estilo da Bertone, em Turim.

A importância que a Mazda dá ao design dos seus automóveis foi reconhecida em 1966, quando o primeiro carro de passageiros Mazda foi exportado para a Europa, o que contribuiu para a ascensão da marca.

Em 1969 nasce o Mazda Luce R130 Rotary Coupé, um êxito na altura, tendo estado pela primeira vez no Salão Automóvel de Tóquio de 1967. O Mazda RX 87 Touring Coupé também marca esta fase, tendo sido caracterizado como o luxuoso coupé de capota rígida.

O modelo Mazda Luce R130 é considerado atualmente num artigo de coleção, contando com menos de 1.000 unidades existentes. É de salientar que a série Luce é lembrada como primeiro ícone do design automóvel com a origem de um fabricante de automóveis japonês.

Construído entre 1968 e 1973, o Mazda R100 contou com a venda de um total de 100.000 coupés e berlinas. modelo influenciado pelo design italiano, que continuou a ser inspiração de vários outros modelos nos anos seguintes.

A marca comercializou entre 1970 e 1979, o Mazda 616, modelo base para o Mazda RX-2, um carro que foi alvo de um forte entusiasmo por parte do público norte-americano e que conquistou em 1972, o título de "Automóvel Importado do Ano", atribuído pela imprensa da América do Norte.

Seis anos depois, Giorgetto Giugiaro criou o design de muitos outros carros, que um dia mais tarde, viriam a ser considerados lendários.

Em 1967, Giugiaro cria o modelo Tomaso Mangusta, marcado por ter um capô e portas que se abriam como umas “asas de gaivota”. Característica que se repetiu na criação do Mazda RX-500, em 1970.

Em 1981, nasce uma criação idealizada por Bertone e a Mazda, o Mazda MX-81 Aria, com traços e design futurista, uma autêntica ficção científica para a época.

Em 2017 Maeda criou o Mazda Vision Coupé, marcado pela combinação de qualidades italianas e japonesas.

Hide continou a trabalhar com Giugiaro até 1992 e pouco tempo depois decidiu deixar o design automóvel. Tendo sido uma das pessoas mais influentes no design de automóveis japoneses, em 2017, introduziram o seu nome no “Japan Automotive Hall of Fame”.

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