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Vendas de automóveis em queda com pior mês de julho, desde 2013

Mês de julho regista descida significativa com valores abaixo do período da pandemia em 2020
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Mercado automóvel
Mercado automóvel

O mês de julho registou uma queda a pique nas vendas de veículos em Portugal, sendo o mês de julho de 2021 (com 13.945 veículos ligeiros) o pior mês na venda de ligeiros, em registo homólogo, desde 2013 (ano em que se vendeu 12.425 ligeiros em julho).

Os dados anunciados pela Associação Automóvel de Portugal – ACAP relativos a julho de 2021 atestam que no mês passado foram matriculados apenas 14.219 veículos automóveis (no total de ligeiros, mercadorias e pesados) significando não só uma redução de 34,7% em relação ao mesmo de período de 2019, mas também uma descida de 21,4% relativamente a julho de 2020 já em cenário de plena pandemia de covid-19.

A descida a pique nas vendas de veículos automóveis em julho de 2021 é ainda especialmente significativa quanto se tem em conta os resultados globais do ano, pois, se neste ano em curso ainda se verifica um défice de 34,2% relativamente aos mesmos sete primeiros meses de 2019, no que respeita a 2020, o presente ano melhorou as vendas em 18,1% no período que vai de janeiro a julho.

 

Razões para esta quebra de mercado podem ser encontradas várias, mas só o desenrolar do ano poderá estabelecer relações causa-efeito, eventualmente, mais acertadas.

No passado dia 29 de julho, o INE indicava que em julho de 2021 existia uma quebra de confiança do consumidor da ordem dos 17% o que poderá ser uma parte importante na retração de opções de compra.

Por outro lado, mesmo entre os consumidores que possam ter interesse na compra há uma dificuldade evidente no acesso a alguns modelos, pois, devido à crise dos semicondutores (como temos relatado, por exemplo aqui), há um atraso muito grande na produção dos modelos nas fábricas (até a AutoEuropa já foi afetada).

Estes dois fatores, a crise de confiança do consumidor (motivada em grande parte pelas questões relacionadas com a crise pandémica e incertezas sobre a situação profissional de algumas pessoas), aliada a esta falta crítica de componentes ainda sem final à vista, podem estar a condicionar o mercado.

Há ainda um fator que pode ser ponderado. Os constantes aumentos de combustíveis (ver aqui) podem também alguns consumidores, em particular mais novos e com menos elasticidade económica, em adiarem decisões de compra face ao incremento real da despesa com combustível.

2021 poderá ser um ano verdadeiramente complicado para o setor automóvel.

 

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