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China vê nos automóveis elétricos oportunidade para “invadir” a Europa

O entusiasmo crescente entre os consumidores europeus para com os automóveis elétricos pode ser um impulso para a indústria automóvel chinesa
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Nio ES6
Nio ES6

Os fabricantes de automóveis elétricos na China estão a apontar a mira para o mercado europeu, numa altura em que cresce a apetência por veículos com zero emissões por parte dos consumidores. Nio, Aiways, Tang (BYD), MG (Saic) e Xpeng são algumas das marcas que pretendem aproveitar esta onda de entusiasmo, mesmo cientes das dificuldades que vão encontrar.

Depois de já terem duplicado de 2019 para 2020, as vendas de automóveis elétricos na Europa registam uma subida de 130% no primeiro semestre deste ano. Estes números são capazes de entusiasmar qualquer construtor de automóveis que esteja a apostar nesta tecnologia e em particular os fabricantes chineses, que veem aqui uma oportunidade de entrar num mercado que tradicionalmente lhes oferece alguma resistência.

A maior dificuldade prende-se com a perceção de qualidade, já que, na sua maioria, os consumidores europeus associam as marcas chinesas à produção em massa, com baixo índice de qualidade. Mas isso pode vir a mudar; pelo menos, assim esperam os construtores daquela zona do globo aproveitando o facto de ser do domínio público que muitas marcas conceituadas, como a BMW ou a Tesla, integram muitos componentes fabricados na China.

Ainda assim, o caminho vai ser longo, como prevê o diretor executivo da Nio, William Li, e o seu homólogo na Xpeng, He Xiaopeng. Em declarações à Reuters, ambos reconhecem a dificuldade que as suas marcas terão em ser bem-sucedidas na Europa e apontam para um período de 10 anos como o necessário para criarem uma posição firme no mercado.

A crescente procura por automóveis elétricos poderá ser o impulso que a indústria automóvel chinesa precisa para entrar em força na Europa. “O mercado ainda não está assim tão preenchido se o compararmos com modelos de motores de combustão, dos quais os principais fabricantes têm uma gama completa”, afirma Alexander Klose, diretor de operações para o estrangeiro da Aiways. “É aí que pensamos ter uma oportunidade”, completa.

Quanto às estratégias de entrada no mercado europeu, verificam-se diferentes cenários. Enquanto construtores como a Nio ou a Xpeng apostam em instalações e concessionários próprios, outros como a MG do grupo Saic ou a Aiways optam por ter distribuidores locais ou por apoiar-se em cadeias de retalho (não necessariamente do ramo automóvel) para chegarem aos consumidores.

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