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As causas do impasse da Volkswagen no mercado chinês

Os números da Volkswagen na China têm vindo a descer, depois de um mediático teste de segurança com o seu Passat
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Volkswagen no Salão de Xangai de 2019 (Associated Press)
Volkswagen no Salão de Xangai de 2019 (Associated Press)

A presença da Volkswagen na China tem vindo a sofrer alguns entraves nos últimos anos, sendo que a origem de tudo isto poderá estar relacionada com um mediático teste de segurança efetuado a um Passat no final de 2019 que não correu da melhor forma.

O Volkswagen Passat continua a ser um dos modelos mais importantes da marca neste mercado, antes da sua renovação e passagem para uma gama que irá destacar a sua família de modelos totalmente elétricos. No entanto, num teste não-oficial realizado por uma instituição ligada às companhias de seguros, este modelo da Volkswagen demonstrou algumas falhas em termos de segurança no teste de embate frontal do lado do condutor.

O pilar dianteiro, ao lado do para-brisas, mais conhecido por pilar A, dobrou-se de uma forma considerável, fazendo com que a restante estrutura do carro se tivesse deformado mais do que o previsto. No vídeo do teste, por exemplo, podemos verificar que o airbag mal toca da face do condutor, desviando-se para o lado juntamente com o volante e a coluna da direção e fazendo com que o painel de instrumentos embata na cara no condutor.

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No teste oficial realizado antes da comercialização deste modelo, o C-NCAP, efetuado pela agência de testes governamental CATARC, o Passat passou com distinção, mas o CIRI Auto Technology Institute não ficou satisfeito e optou por submeter este modelo a um teste mais exigente. A maior diferença entre os dois é que o teste da C-NCAP cobre cerca de 40 por cento da secção dianteira do carro em termos de área de embate, enquanto o do CIRI cobre apenas 25 por cento de área, o que dificulta muito mais a absorção do impacto.

Ainda assim, poucos dias depois da divulgação deste mesmo teste, a Volkswagen reuniu um conjunto de engenheiros para resolver este problema e foi encontrada uma solução que passava pela adição de componentes mais rígidos em determinados pontos da secção dianteira, tanto no Passat como nos outros modelos produzidos na mesma unidade de Shanghai, uma atualização avaliada em cerca de 400 yuan (cerca de 53 euros), por cada unidade produzida. A versão atualizada do Volkswagen Passat ficou pronta e repetiu o teste do CIRI Auto Technology Institute, o mesmo que o seu antecessor tinha falhado, só que desta vez passou sem qualquer problema.

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Ainda assim, os consumidores chineses não retomaram a sua apetência por este modelo e pela marca de uma forma geral, fazendo com que as vendas do Passat no mercado chinês tivessem continuado a descer, com perdas em torno dos 32 pontos percentuais em 2020. Um valor que, mesmo relacionado com o decréscimo das vendas de 6,8 por cento devido à pandemia de COVID-19, ainda é bastante marcante e nada desejado por uma marca que se quer manter na frente do mercado, principalmente num momento em que se encontra muito próximo de efetuar consideráveis alterações à sua gama com a introdução da sua família de modelos totalmente elétricos.

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