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Suzuki Across em teste, quanto vale o novo híbrido da marca japonesa?

Teste de estrada ao Suzuki Across 2.5 AWD PHEV GLX
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A Suzuki é uma marca com um historial muito importante em modelos todo-o-terreno e desde muito cedo interpretou na perfeição o conceito de SUV. Da sua vasta gama, sucesso de relevo em Portugal com o Jimny e o Vitara, em particular recordando épocas onde as motorizações não sofriam penalizações sérias sobre emissões de gases.

O Vitara perdeu o toque de todo-o-terreno, mas ganhou qualidades mais familiares, já o Jimny, esse sim, foi penalizado, e de que forma, pelo facto de não ter uma motorização que cumpra as exigências de emissões na Europa. Mas isso fica para outra história.

Foi talvez ciente deste contexto que o construtor japonês estabeleceu uma parceria com a Toyota para produzir um modelo que juntasse tudo o que a marca representa: valores e capacidades todo-o-terreno, conforto e características familiares de um SUV.

Nasceu assim o Suzuki Across, apresentado como um SUV que nasce justamente dessa parceria que, por seu lado, vê nascer da parte do parceiro nipónico o Toyota RAV4. E agora já percebeu o que é que este modelo lhe faz lembrar.

A carroçaria inspira de imediato uma sensação de robustez. E da sensação à certeza irão bastar poucos quilómetros. A cor escura da versão ensaiada torna-o ainda “maior” à vista e não o deixa brilhar com as aplicações plásticas que, por exemplo, numa versão branca, asseguro, lhe confere uma imagem até mais radical.

Mas o Suzuki Across, se na estética pode ou não convencer, onde o vai conquistar seguramente é mesmo na dinâmica e capacidades mecânicas. E, como primeiras qualidades, em destaque, justamente a motorização Plug-In híbrida e um sistema de tração integral denominado E-Four.

O sistema híbrido é o cartão de visita deste novo modelo e como argumento inicial as emissões de CO2 anunciadas pela marca são de apenas 22g/km. Isto é conseguido porque no cerne da proposta temos um motor elétrico na dianteira com 134 kW (182 cavalos) acoplado à unidade de combustão 2.5 litros (com 185 cavalos), e, um motor traseiro elétrico (40 kW) que assegura a tração total. O conjunto permite anunciar uma potência combinada de 306 cavalos.

Mas e como é que tira partido disto tudo?

O Across permite condução em quatro modos, possíveis de aceder através de um simples seletor circular na consola central. A saber: o modo EV que é aquele que arranca por defeito, ou seja, um modo elétrico que impulsiona o veículo com emissões limpas, funciona exclusivamente com o motor elétrico. Depois os modos Auto EV/HV e HV que utilizam a potência do motor para auxiliar em todas as tarefas. Existe ainda a possibilidade de utilizar o motor de combustão para “alimentar” a bateria, que tem a vantagem de permitir que se entre em zonas de emissões zero com funcionamento apenas em modo elétrico.

No nosso teste o Suzuki Across PHEV conseguiu realizar 35 quilómetros em modo puramente elétrico (a marca anuncia 75), mas acreditamos que com mais alguma paciência pode-se aumentar esta marca. A caixa automática de variação contínua exige habituação, mas é algo que é transversal a outros modelos.

Com a bateria alojada no piso traseiro de 18,1 kW o tempo de carregamento pode atingir 9 horas numa tomada caseira. Em posto público demoramos pouco mais de 4 horas. Foi o tempo de um longo passeio a pé e um refresco na esplanada…

Se está a pensar em momentos de evasão e diversão em percursos todo-o-terreno convém desde já alertar que o Across safa-se bem em percursos mais ligeiros, mas não foi pensado propriamente para atravessar aquela ravina que existe lá na terra da família. Não é nenhum defeito. Aliás o sistema E-Four que mencionamos no início é um sistema que recorre a um motor traseiro independente elétrico com uma capacidade de 40kW que, na verdade, consegue interessantes distribuições de repartição do binário (270Nm) pelos eixos. Para simplificar, as capacidades de tração são ajustadas pela eletrónica em função das necessidades em cada momento.

Então e isso significa que não posso subir a serra? A resposta seria: e quer comprar um carro destes para subir a serra pelos caminhos de terra? O sistema E-Four irá surpreende-lo no dia a dia. Porque, numa utilização quotidiana o que está realmente a beneficiar de uma segurança acrescida pelo facto de ter uma permanente capacidade de se sentir “agarrado” à estrada.

E essa é mesmo uma das excelentes características deste modelo:

A forma como inteligentemente o sistema vai compensando as perdas de tração e vai disponibilizando binário na dose mais correta para que tenha uma sensação (verdadeira) de segurança e eficácia.

Claro, há que ser justo. Existe um Trail Mode. Pronto, pode, de facto ir até ao caminho de terra que tinha pensado que ele controla as potenciais derrapagens ou escorregadelas. O que não pode é comparar as capacidades do Across com as capacidades de alguns modelos virados mais para o todo-o-terreno puro. Lembra-se do Jimny?

Dito isto, a experiência em modo 4x4 foi muito satisfatória e o único cuidado, ou melhor, todos os cuidados foram mesmo não arriscar, para não riscar a pintura e não riscar… as jantes de 19 polegadas. É um caso de quem arrisca pode riscar…

Para o deixar mais documentado, asseguro que Suzuki Across é antes de mais um SUV muito confortável. O desenho interior é moderno (dentro da filosofia japonesa bem entendido) e a qualidade de montagem dos plásticos – ainda que alguns possam não lhe agradar de todo – é muito boa. É, claramente pensado para durar!

O painel central de instrumentos, digital, é muito bom e consegue dar-lhe toda o panorama de informações de uma forma virtual muito atual. Aliás, quase que não se percebe como é que este painel é tão bom e depois o da consola central já parece mais antiquado. Ainda assim tem 9 polegadas e já é compatível com Apple CarPlay, Android Auto e MirrorLink.

O espaço a bordo é muito bom. Cinco adultos irão poder sentar-se sem problemas e ainda ficam com 490 litros de bagageira, com abertura por comando elétrico. No fundo da bagageira tem espaço para os cabos de ligação elétrica e ainda cabe mais um pack de ferramentas.

Dizem que num bom prato o melhor sabor por vezes está no final. Deixamos as contas para o fim.

O Suzuki Across 2.5 AWD PHEV surge na versão GLX, extremamente bem equipada e com um preço promocional (à data de escrita deste artigo) de 55.422 euros. É um SUV robusto, moderno e que surpreende pela forma como o chassis se comporta, cruzando bem o conforto com a dose de segurança necessária. Não é um “jipe” mas é um veículo com o qual poderá fazer uma ou outra escapadinha por terra que ele não o vai deixar ficar mal. E não é um modelo muito guloso. O sistema híbrido, se bem usado, é um auxiliar importante e no final, depois de cerca de 400 quilómetros conseguimos ter uma média de 6,9 litros/100 km. O que é muito bom tendo em conta que não foi a primeira preocupação.

É uma proposta muito equilibrada!

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