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Galp fecha refinação em Matosinhos sem afetação da distribuição

Destino dos trabalhadores da refinaria levanta preocupações ao Governo e motiva reações de discordância
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Refinaria de Matosinhos
Refinaria de Matosinhos

A Galp vai descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano concentrando as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Galp refere que “continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos” e que está a “desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo”.

Na comunicação citada pela agência Lusa, a empresa refere que as "alterações estruturais dos padrões de consumo de produtos petrolíferos motivados pelo contexto regulatório e pelo contexto covid-19 originaram um impacto significativo nas atividades industriais de ‘downstreaming’ da Galp” e assume que “o aprovisionamento e a distribuição de combustíveis no país não serão impactados por esta decisão”.

Em relação à distribuição não parece haver dúvidas, pois a Entidade Nacional para o Setor Energético (Ense) já considerou, como refere a Lusa, que não haverá afetações.

“Esta decisão não afeta a capacidade de aprovisionamento e a distribuição de combustíveis por todo o território nacional, sendo que a Ense vai continuar a acompanhar de perto todo este processo, monitorizando o normal funcionamento do setor e garantindo o controlo sobre a situação das reservas estratégicas nacionais, assegurando assim o normal abastecimento do país.”

Quanto às questões laborais, as reações não são igualmente pacíficas, com manifestações políticas de alguns partidos de sentido discordante, a par das “preocupações” também já reconhecidas pelo Governo quanto ao destino dos trabalhadores afetados.

Numa nota interna dirigida aos trabalhadores, que foi veiculada pela Lusa, a Galp já reconheceu a dificuldade da situação com a decisão de fechar a refinação em Matosinhos.

“É uma decisão complexa e difícil que ocorre depois de muita ponderação, mas torna-se inevitável em face da ausência de resiliência e sustentabilidade perante o contexto em que estamos inseridos.”

A Comissão de Trabalhadores, contudo, disse à Lusa que vai contestar a decisão da empresa e pedir, novamente, a intervenção Governo.

“A nossa intenção é contrariar. Vamos discutir. Vamos reunir com os sindicatos e convocar o Governo, como temos feito desde 24 de abril. Alertámos, desde essa altura, o Governo e o Presidente da República, [Marcelo Rebelo de Sousa], para as consequências que a distribuição de dividendos iria ter num contexto de pandemia. Não tivemos resposta.”

A Câmara Municipal de Matosinhos mostrou-se “surpreendida” pela decisão da Galp com a presidente da autarquia, Luísa Salgueiro, exigir saber os planos da empresa para a infraestrutura “de forma a garantir que não haverá outros impactos negativos ou externalidades negativas decorrentes de atividades da Galp”,

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