Sustentabilidade

COP26: mundo atento aos novos compromissos climáticos

A 26.ª edição da conferência pelo clima da ONU é uma das mais importantes desde 2015, quando se negociou o Acordo de Paris
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COP26: Conferência climática das Nações Unidas (foto: Markus Spiske/Unsplash)
COP26: Conferência climática das Nações Unidas (foto: Markus Spiske/Unsplash)

Mais de uma centena de líderes mundiais, 13 dias e um tema que abala o mundo diariamente: as mudanças climáticas. A 26.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26) decorre de 31 de outubro a 12 de novembro, em Glasgow, no Reino Unido. 

Degelo (foto: Agustin Lautaro/Unsplash)

Há seis anos, 197 países e territórios (também conhecidos como "Partes") comprometeram-se a alcançar a descarbonização, a limitar o aumento anual da temperatura média global a menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e a fazer esforços para limitar a 1,5ºC no que ficou conhecido como Acordo de Paris. O tratado foi assinado em dezembro de 2015 e exige que os países signatários cumpram os compromissos climáticos a que se propõe e que partilhem informações sobre os níveis de emissões de gases poluentes.

Foi também no momento da assinatura do Acordo de Paris que ficou definido que, de cinco em cinco anos, seria feito um balanço global para se poder avaliar o progresso feito e seriam apresentados novos compromissos - denominados Contibuições Nacionalmente Determinadas (NDC) - de cada Parte. Os Estados-Membros da União Europeia, onde se inclui Portugal, apresentam um NDC conjunto.

António Guterres, Secretário-Geral da ONU em ação da COP26 (foto: UN Photo/Eskinder Debebe)

O primeiro balanço deveria ter ocorrido em 2020, mas, por causa da pandemia, foi adiado para este ano. Por isso, a COP26 terá um papel fulcral na luta contra as alterações climáticas porque será a primeira vez em que são apresentados os novos compromissos das Partes para se cumprir os objetivos firmados em 2015.

Nesta edição, haverá também espaço para abordar outros temas relacionados com o clima, como a economia climática, o carvão e possível diminuição do seu uso, as soluções naturais, as perdas de biodiversidade e a proteção dos oceanos.

Mesa-redonda sobre as alterações climáticas na ONU (foto: UN Photo/Eskinder Debebe)

Grande parte dos países já reforçaram os seus compromissos, que serão apresentados na COP26. A China, que é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, ainda não apresentou um novo NDC, nem confirmou a presença do presidente, Xi Jinping, na conferência.

A China não é, no entanto, o único país com elevados níveis de emissão que ainda não apresentou os compromissos até 2025, altura em que é feita um novo balanço global. A Arábia Saudita, a Rússia e a Austrália também não fizeram qualquer retificação até agora.

Esta postura levou a que o presidente da COP26, Alok Sharma, deixasse uma mensagem importante às nações do G20 – de que fazem parte a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido, Rússia, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia.

Alok Sharma, Presidente da COP26 (foto: UN Photo/Eskinder Debebe)

Num discurso proferido este mês, no UNESCO World Heritage Center, em Paris, o Presidente da COP26 lembrou que a postura do G20 fará toda a diferença no cumprimento do objetivo do 1,5ºC. Referiu ainda que cabe aos líderes mundiais fazer cumprir os compromissos climáticos.

A responsabilidade está nas mãos de cada um dos países. Todos temos de cumprir o nosso papel porque no que diz respeito ao clima, o planeta irá ter sucesso ou falhar como um”, alertou Alok Sharma.

Apesar do foco da conferência deste ano estar nos compromissos climáticos dos países, segundo o Guardian, será discutida a possibilidade de mais países se comprometerem a atingir o objetivo de zero emissões.

Poluição ambiental (foto: Chris Leboutillier/Unsplash)

O problema, no entanto, reside no facto de muitos dos países desenvolvidos não quererem despender dos custos para se tornarem livres de emissões, e de muitos países em desenvolvimento acreditarem que, sem as energias fósseis, se torna impossível ter crescimento económico.

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