Prius Plug-in, o carro que gasta 1 litro aos cem

A versão de ligar à tomada do Prius
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Toyota Prius Plug-in
Toyota Prius Plug-in

1 litro aos 100 km, o sonho de qualquer condutor. Ou então 2,8 litros aos cem após 172 km, a grande maioria em autoestrada, como conseguimos fazer entre Barcelona e os arredores de Girona, em Espanha.

O desafio nem era, propriamente, fazermos o melhor consumo, mas antes conhecermos o novo Toyota Prius Plug-in, a versão de ligar à tomada do Prius, agora com uma bateria que lhe permite fazer 50 km em modo elétrico (conseguimos fazer 46 km sem grandes malabarismos).

Esta versão Plug-in combina o melhor de dois mundos: a mobilidade elétrica e a tecnologia híbrida que impede que alguém fique apeado sem eletricidade. Mas as diferenças vão muito além da introdução de uma bateria maior e mais evoluída. Podemos falar quase num modelo novo. A começar desde logo pela estética.

prius_14A Toyota decidiu dar um estilo muito próprio a cada uma das versões. E é por isso que não existe hipótese de confundir o Prius PHV com a versão “simplesmente” híbrida. Logo na dianteira a grelha e as óticas futuristas distinguem-no, enquanto atrás, o arranjo é todo ele diferente, com um óculo traseiro do tipo “dupla bolha”. Está mais arrojado, ainda mais futurista e, também, mais apelativo do que o seu irmão de gama, ao mesmo que garante a tão almejada diferenciação.

O desenvolvimento do Prius PHV obrigou à redução do peso em diversas áreas, para compensar a inclusão de uma bateria maior. Assim, o Prius PHV perdeu o quinto passageiro (lotação limitada a quatro lugares). Ao mesmo tempo, o portão traseiro é construído em CRFP (plástico reforçado com fibra de carbono, mais leve, mas não menos resistente, embora mais dispendioso, do que o metal).

2017-Toyota-PriusPHEV-51Por último, a versão equipada com tecto solar (que garante mais 5 km de autonomia elétrica) nem como opção pode dispor do head-up display, do sistema de monitorização do ângulo morto e do alerta de veículos na traseira.

Quanto à mecânica, nada de novo em termos de motor térmico: ao serviço está o conhecido motor a gasolina de 1,8 litros. As diferenças encontram-se na vertente elétrica, que oferece praticamente o dobro da potência eléctrica do seu antecessor (68 kW contra 37 kW). O que se traduz em vários benefícios: menor necessidade de recurso ao motor de combustão (logo, consumos mais reduzidos), velocidade máxima no modo eléctrico de 135 km/h (85 km/h no anterior modelo), muito melhor resposta às solicitações do acelerador.

A bateria de iões de lítio passou de 4,4 kWh para 8,8 kWh, a densidade energética de 54 Wh/kg para 73 Wh/kg e a potência de carregamento de 2,0 kW para 3,3 kW. Na prática a autonomia elétrica aumentou de 25 km para 50 km, e os tempos de carregamento foram reduzidos para cerca de 02h00 numa Wallbox, e cerca de 03h10 numa tomada de corrente doméstica de 230 Volt a 10 Ampere.

Com 122 cv de potência máxima combinada, e um peso que vai para lá dos 1.600 kg, o Prius Plug-in não foi projetado para ser velocista, e as suas prestações anunciadas confirmam-no: 11,1 segundos nos 0-100 km/h e 162 km/h de velocidade máxima. O que não significa que não seja um automóvel bastante agradável de conduzir. Muito pelo contrário.

Naturalmente, o Prius Plug-in sente-se mais à vontade em cidade, onde a resposta às solicitações do acelerador é mais do que suficiente para nos movimentarmos. A juntar a isto o silencio a bordo.

Em estrada, logo que terminados os 50 km de autonomia elétrica, a maior limitação são as recuperações, pelo tempo, onde já se faz sentir o ruído do motor a gasolina nas solicitações mais exigentes, mais por culpa da caixa CVT de variação contínua.

prius_2A facilidade e suavidade de condução não é alheia às afinações da suspensão, que asseguram uma muito satisfatória combinação entre conforto de marcha e eficácia dinâmica.

Estão disponíveis três modos de condução e quatro modos de propulsão. No primeiro caso, estão disponíveis as opções Eco, Normal e Power, enquanto no segundo, o condutor pode escolher entre o funcionamento cem por cento elétrico, o funcionamento elétrico citadino (a potência máxima disponível é reduzida e o motor térmico só atua em condições de exigência), o funcionamento híbrido e a função de carga da bateria. Quando selecionada, esta funcionalidade permite não só manter a carga que a bateria possui, como carregá-la em andamento.

Em números, o Prius PHV foi homologado com emissões de CO2 de 22 g/km e um consumo combinado de apenas 1,0 l/100 km nos primeiros 100 km de utilização, ou seja, com os 50 km de autoomia elétrica. Em 172 km conseguimos uma média de 2,8 litros aos cem, sendo que fizemos uma parte em autoestrada, a velocidades de 120 km/h (e até superiores).

Em Portugal, o Prius Plug-in estará disponível a partir de abril em duas versões, Luxury e Power Ski. A primeira oferece, entre outras coisas, faróis LED com máximos adaptativos automáticos, ar condicionado automático, bancos dianteiros aquecidos, carregador sem fios para o smartphone, sistema de navegação, entrada e arranque mãos livres.

2017-Toyota-PriusPHEV-44A variante Power Sky adiciona o teto solar com recarregamento da bateria, mas com esta adição, o Prius perde a deteção traseira da aproximação de veículos, o “head up display” e o alerta do ângulo morto. Como oferta de lançamento, para clientes particulares, a Toyota oferece na versão Luxury os estofos em pele (1800 euros). Contas feitas, o Prius Plug-in Luxury custa 41.200 euros e a Power Sky custa 43.200 euros.

O preço é 5 mil euros acima do Prius convencional, mas tem vantagens em relação a este, nomeadamente para empresas, visto que beneficia de um desconto de 75% sobre o Imposto Sobre Veículos (ISV), 100% de dedutibilidade do IVA para as empresas e empresários em nome individual, 100% da depreciação da viatura é aceite como gasto fiscal em sede de IRC e redução da taxa de tributação autónoma, de 64% para empresas e 50% para empresários em nome individual. Além disso, beneficia de um incentivo direto à compra de 562,50 euros.

Pegando em todas estas vantagens, o Prius Luxury com estofos em pele e Pack Techno pode acabar com um preço total inferior em mais de 10 mil euros, colocando-se como uma alternativa atraente a outros modelos, sejam eles simples híbridos como modelos a Diesel.

Preços:

Prius Plug-in Luxury: 41.200 euros

Prius Plug-in + Opcional Pele: 42.800 euros

Prius Plug-in + Pele + Pack Techno: 44.800 euros

Prius Plug-in Power Sky: 43.200 euros

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