Este é o preço da exclusividade: esperar. Pelo menos para a Ferrari, também assim o é.
A casa de Maranello não marca a sua exclusividade apenas pelo preço dos seus automóveis – inacessíveis à maioria das pessoas; marca-a também pela dificuldade em receber um carro com o «cavallino rampante» e pela espera que aguça a concretização do sonho.
“A Ferrari centra-se na exclusividade e algumas vezes isto significa fazer os clientes esperarem pelo seu carro – sonharem com o seu carro. Eles vão desfrutar mais [quando o receberem]”, assumiu o diretor comercial da marca italiana reconhecendo grandes resultados no último trimestre de 2018: “Foi um dos períodos mais ricos da companhia, com uma lista de espera rica – talvez rica de mais.”
Nesta conversa com o «The Drive», em visita ao «Universo Ferrari» – evento da marca onde forma apresentados os novos F8 Spider e 812 GTS –, Enrico Galliera justificou a exclusividade com a frase várias vezes ouvida da boca de Enzo Ferrari, o fundador da marca: “A Ferrari entregará sempre um carro a menos em relação às exigências do mercado.”
Galliera revelou que o original 812 Superfast está com uma lista de espera de 2 a 3 anos e que a nova versão descapotável só estará disponível para compra depois de convite feito pela casa de Maranello a clientes selecionados.
“A estratégia da Ferrari para agradar aos acionistas é criar um novo segmento e um novo produto para o segmento, ao invés de aumentar o volume” dos modelões já existentes, referiu Galliera num discurso que encaixa na expetativa de que o SUV Purosangue seja o último modelo que a marca tem previsto apresentar ainda antes de 2020.